Exército faz vontades do governo Lula e divulga processo de Pazuello;
Então general da ativa teve a conduta apurada após participar de um ato ao lado do então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em 23 de maio de 2021, no Rio.
O Exército divulgou, nesta sexta-feira (24), o processo disciplinar instaurado contra o ex-ministro da Saúde, e agora deputado federal, general Eduardo Pazuello (PL-RJ), que foi arquivado pelo Exército.
O então general da ativa teve a conduta apurada após participar de um ato ao lado do então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em 23 de maio de 2021, no Rio de Janeiro. O código militar não permite que militares da ativa — como era a condição de Pazuello — participem de eventos de cunho político. Bolsonaro participava de uma série de “motociatas” antes da campanha eleitoral oficial. Os atos, porém, eram vistos como uma pré-campanha por alas de políticos.
Os documentos mostram que o comandante do Exército da época, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, já havia sido avisado pelo próprio Pazuello de que este iria à “motociata” no Rio de Janeiro a convite de Bolsonaro.
Pazuello afirmou em sua justificativa que informou “por telefone no sábado que iria ao passeio no domingo, a convite do presidente”.
O comandante confirmou a informação ao escrever, no parecer sobre o caso, que Pazuello “efetivamente comunicou a este comandante que se deslocaria à cidade do Rio de Janeiro, a fim de participar do passeio motociclístico”, a convite de Bolsonaro e organizado e patrocinado por associações e clubes de motociclistas da capital fluminense.
Não é citado se Pazuello recebeu uma autorização formal por parte de Paulo Sérgio Nogueira para ir ao evento.
Os documentos agora revelados também mostram que o chefe do Exército concordou que a presença e a fala de Pazuello em cima de um caminhão de som não teve viés político-partidário.
A divulgação dos documentos foi feita por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) depois que a Controladoria-Geral da União (CGU) acolheu parcialmente recursos interpostos junto ao órgão após o Exército se negar a fornecer as informações completas sobre o caso.
Após diversas solicitações, inclusive da CNN, o Exército só havia liberado o extrato do processo administrativo.
O extrato, de duas páginas, trazia um resumo de informações que já são públicas sobre o caso, sem detalhes das avaliações e tomadas de decisões. O deferimento da CGU foi parcial, porque o acesso foi concedido com trechos ocultados por tarjas, o que foi cumprido.