QUAL SERÁ O FUTURO DA DIREITA APÓS BOLSONARO A DERROTA DE BOLSONARO
Postado 18/01/2023 11H34
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).| Foto: Isac Nóbrega/PR
A derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas e a sua saída da Presidência podem provocar uma "ramificação" da direita no Brasil durante os próximos quatro anos. Políticos e lideranças influentes da sociedade civil acreditam que, até as eleições de 2026, serão abertos espaços para diferentes nomes identificados com as defesas de pautas conservadoras e de liberdade econômica. Mas Bolsonaro ainda terá capital político para ser o principal líder da direita e do conservadorismo no país. Para isso, porém, terá de ocupar esse espaço.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro chegou a dizer que iria "se recolher" se perdesse a disputa para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No meio político, poucos acreditaram que essa era uma possibilidade real. O PL inclusive planejou formas de manter Bolsonaro em evidência, oferecendo a ele o cargo de presidente de honra do partido. Porém, após a derrota no segundo turno, o atual presidente efetivamente se recolheu e vem se mantendo em silêncio sobre os principais assuntos em discussão no país.
Ninguém sabe se Bolsonaro vai manter essa postura quando deixar o Planalto. De qualquer modo, com ele fora da Presidência da República, abre-se uma brecha para uma reestuturação do campo político liberal-conservador nas diferentes esferas do Poder. E isso poderá levar ao surgimento de novas lideranças na direita, inclusive com a possibilidade de que venham a disputar a Presidência em 2026.
O deputado federal Júnior Bozzella (União Brasil-SP), vice-presidente do diretório paulista de seu partido e crítico de Bolsonaro, entende que o vácuo deixado na direita abre espaço para quadros políticos mais "moderados" exercerem algum protagonismo, a exemplo do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR). Moro inclusive chegou a ser pré-candidato a presidente em 2022.
O deputado federal Coronel Tadeu (PL-SP), vice-líder do partido na Câmara, diz que, além de Tarcísio e Moro, na direita destacam-se os governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). "São nomes que podem ocupar esse espaço. Mas, para mim, o Brasil já tem um primeiro candidato à Presidência em 2026, que é o presidente Bolsonaro."
O empresário Paulo Generoso, criador e coadministrador da página da internet República de Curitiba e coordenador de movimentos de rua, diz que Bolsonaro segue favorito para 2026 na direita. Mas ele também entende que Tarcísio, Zema e Ratinho Júnior são nomes com chances de representar esse segmento político. "O nome mais forte é o do presidente, mas ele não tem ambição pelo poder. Saberemos só ao longo dos próximos quatro anos se ele vai concorrer ou se vai apoiar e transferir o capital político para alguém, como fez com o Tarcísio [na eleição em São Paulo]", diz Generoso.
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