Em meio a crise com militares, Lula deve se encontrar com comandantes das Forças Armadas
Agenda tem sido articulada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e deve ocorrer até a sexta-feira, 20
Cerca de uma semana depois de afirmar que “perdeu a confiança” em militares da ativa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir ainda nesta semana com os comandantes-gerais do Exército, Aeronáutica e da Marinha. A agenda tem sido articulada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, no momento de crise do atual governo com os militares, acentuada após a invasão das sedes dos três Poderes. Nesta terça-feira, 17, Lula dispensou 40 militares que atuavam na Coordenação de Administração do Palácio do Alvorada – as dispensas foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU).
Segundo Rui Costa, o encontro deve ocorrer até a sexta-feira, 20. O titular da Casa Civil participou de um almoço com os três comandantes nesta terça-feira, 17. Ao sair, afirmou que as Forças Armadas não podem permanecer “contaminadas” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não podemos permanecer com nossas instituições contaminadas por esse conceito de governo que se encerrou dia 31”, disse. “Não podemos misturar isso com eventuais comportamentos inadequados de um, dois ou dez, pessoas de instituições diferentes, seja Forças Armadas, Ministério Público ou Judiciário, que tiveram comportamentos que não deveriam ter ocorrido ao longo desse último período”, acrescentou.
Apesar da tentativa de distensionar a relação do governo Lula com militares, Rui Costa afirmou que a ideia do eventual encontro de Lula com os comandantes-gerais é alinhas investimentos na Defesa com outras áreas, como ciência, formação de mão de obra e tecnologia. “Qualquer lugar do mundo há um alinhamento dos investimentos da defesa, da nação e do país com ciência, tecnologia, desenvolvimento de conhecimento, formação de mão de obra. E o presidente Lula já tinha definido desde a campanha que gostaria de modernizar as Forças Armadas, aumentar o investimento e fazer com que esse investimento tenha alinhamento com outras ações”, disse.